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Salário mínimo deve ficar em R$ 674,96

Valor teve de ser reajustado por causa de reestimativa da inflação e diferença vai significar R$ 1,6 bilhão mais em gastos para o governo

Autor: Denise MadueñoFonte: Estadão

O salário mínimo a vigorar em 2013 deverá ser fixado em R$ 674,96, de acordo com o relató­rio final entregue, ontem, na Comissão Mista de Orçamen­to pelo relator-geral do proje­to, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá afirmou que precisou alterar a propos­ta encaminhada pelo governo de R$ 670,95 para adequar o va­lor à lei atual que determina o cálculo do reajuste do mínimo pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores mais a infla­ção medida pelo índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor (INPC).

Jucá explicou que houve uma reestimativa de inflação e que es­sa diferença de valor significará R$ 1,36 bilhão mais de gastos. O relator manteve em seu parecer o aumento salarial de 5%, em 2013, para as carreiras do funcio­nalismo público que negocia­ram reajustes com o governo. Ju­cá afirmou que, embora os fun­cionários do Poder Judiciário in­sistissem em aumentos maio­res, não há espaço fiscal para is­so. O acordo do governo com os servidores prevê o mesmo índi­ce de 5% de aumento por três anos, até 2015.

O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), prevê a votação do projeto no plenário do Congresso - quando a Câma­ra e o Senado se reúnem conjun­tamente - amanhã, em sessão às 12h. Amanhã, haverá reunião da comissão, às 14h30, para votar o relatório de Jucá.

O relator afirmou que destinou em seu parecer R$ 3,9 bilhões para a Lei Kandir, usada pa­ra compensar os Estados que per­dem com a desoneração do ICMS nas exportações. Ele afir­mou ainda que trabalhou na ela­boração do relatório final com a previsão de crescimento de 4,5% no próximo ano.

Com a impossibilidade consti­tucional de obrigar o governo a cumprir o Orçamento da União aprovado pelo Congresso, o relator-geral incluiu um dispositivo em seu relatório proibindo o go­verno de usar o dinheiro destina­do pelos parlamentares a obras em Estados e municípios, meca­nismo conhecido por emendas parlamentares, com outras des­pesas. O governo não será obriga­do a gastar os recursos das emen­das, como gostariam os deputa­dos e os senadores, mas também não poderá gastar o montante em algum remanejamento orça­mentário.

Esse bloqueio de gastos vale para as emendas individuais e pa­ra as apresentadas pelas banca­das dos Estados. "Nós estamos fortalecendo o respeito às emen­das individuais e de bancada", disse Jucá. O Orçamento não é impositivo, ou seja, o Executivo tem de ter a autorização do Legis­lativo, com a aprovação do proje­to, para executar as despesas, mas não precisa cumprir tudo que diz o texto aprovado na pro­posta orçamentária.

"Não há obrigação de liberar o dinheiro das emendas, mas o go­verno estará proibido de usar pa­ra outras coisas. Esse recurso acabará sendo usado para o governo fazer superávit"", afirmou Paulo Pimenta. As emendas indi­viduais somam em torno de R$9 bilhões em 2013.

Historicamente, o governo corta emendas e executa em tor­no de um terço do valor aprova­do na proposta orçamentária da União.

Para votar o projeto de Orça­mento nesta semana, a última do ano dos trabalhos legislati­vos, o governo está liberando o dinheiro das emendas apresenta­das ao Orçamento deste ano, em um total de R$ 5 milhões para as emendas apresentadas pelos de­putados individualmente e cada senador de partido de oposição e de R$ 6 milhões para cada parla­mentar da base aliada.

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